Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão e 37 de apreensão.
Nesta quinta-feira (19/09), a Polícia Civil realizou uma operação em cinco localidades, incluindo Guaxupé, Guaranésia, São Sebastião do Paraíso, Passos e Piumhi, a fim de investigar a lavagem de dinheiro e a organização criminosa.
Segundo a Polícia Civil, durante a “Operação Midas”, foram cumpridos 37 mandados de apreensão e 11 pessoas foram presas durante o cumprimento de mandados de prisão.
Foram apreendidos 75 veículos de luxo, como Porsche, Audi, BMW e caminhonetes, em 13 garagens, sendo nove garagens em São Sebastião do Paraíso, uma em Passos, uma em Guaxupé, uma em Guaranésia e uma em Piumhi.
Também foram apreendidos, além de outros materiais, dinheiro em espécie, cheques, notas promissórias, joias, celulares, munições e três armas de fogo.
Ainda segundo a Polícia Civil, a ação resultou na recuperação de aproximadamente R$ 60 milhões em bens usados como lavagem de dinheiro, além do sequestro de 17 imóveis e bloqueio de mais de 120 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
Investigações
Em 2021, a Polícia Civil constatou o crescimento patrimonial desproporcional por parte de um grupo de empresários que atuam como lojistas de veículos populares e de luxo. Durante o inquérito policial, a Justiça autorizou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos suspeitos, sendo verificada pela PCMG a incompatibilidade entre os ganhos lícitos declarados pelos investigados com o patrimônio milionário que ostentam.
Segundo o delegado Rafael Gomes, que coordena a investigação, alguns funcionários dos estabelecimentos foram identificados como supostos “laranjas” do grupo.
“Eles possuíam veículos registrados em seus nomes que ultrapassam consideravelmente a capacidade de suas rendas, além da constatação de transações financeiras suspeitas entre os empresários, funcionários e alguns familiares”
Revelou.
Apenas em veículos registrados em nome dos suspeitos, o valor ultrapassa a quantia de R$ 16 milhões, sendo grande parte destes veículos registrados em nome de funcionários, supostos “laranjas”.
“Além dos veículos, diversos bens imóveis foram adquiridos com valores de origem suspeita”
Observa Gomes.
“Outro ponto de destaque das investigações demonstrou que diversas supostas vendas de veículos divulgadas pelos suspeitos foram simuladas, não ocorrendo de fato”
Completou.
Lavagem em cadeia
Os indícios colhidos pela Polícia Civil apontam que os investigados teriam recebido aportes financeiros que alavancaram os negócios, valores de origem aparentemente ilícita.
“Para dar aparência de lícitos, os valores foram ‘branqueados’, estabelecendo-se o que se conhece como ‘lavagem em cadeia’, tendo origem no município paulista de Ribeirão Preto e continuidade no interior de Minas”
Detalha Rafael Gomes.
Relatórios requisitados pela PCMG ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) demonstraram vínculo financeiro suspeito entre os empresários que atuam no Sudoeste de Minas com empresa do mesmo ramo, de Ribeirão Preto–SP, cujos responsáveis são investigados por lavagem de dinheiro.
“O trabalho de hoje retrata o empenho e a qualidade técnica do trabalho da Polícia Civil, sendo uma relevante resposta à sociedade e um sério golpe contra a criminalidade”
Concluiu Gomes.
A operação Midas mobilizou mais de 150 policiais civis de todo o 18º Departamento de Polícia Civil em Poços de Caldas, e contou com o apoio da Coordenação de Recursos Especiais (Core) e da Coordenação Aerotática (CAT) da PCMG.
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