Estamos a poucos dias da época mais aguardada pelo comércio em todo o mundo: o Natal. No Brasil, milhões de pessoas já receberam o tão esperado décimo terceiro salário, gratificações e até participações nos lucros das empresas. Com o bolso aparentemente mais cheio, o momento é de correria às lojas, seja para comprar presentes para familiares, amigos ou até para si mesmos. Afinal, “todos merecem um mimo, inclusive eu”, não é mesmo?
O espírito natalino e as festas de fim de ano criam um ambiente de confraternização e celebração. É um período em que muitos escolhem se desconectar, ainda que temporariamente, dos desafios e das dificuldades enfrentadas ao longo do ano. É como se o brilho das luzes natalinas e a euforia das celebrações ajudassem a mascarar as preocupações, trazendo uma espécie de anestesia coletiva.
Mas, e o dia seguinte?
Enquanto o clima de consumo aquece os corações e movimenta as economias, há um alerta que não pode ser ignorado. A virada do ano traz consigo uma realidade que não se dissolve com champanhe ou fogos de artifício: boletos acumulados, faturas de cartões de crédito exorbitantes e impostos que não tardam a chegar. A euforia do momento pode facilmente se transformar em uma ressaca financeira para muitos.
Não é fácil falar disso em meio ao otimismo contagiante do fim de ano. Afinal, quem quer lembrar de finanças e dívidas enquanto brinda com amigos ou troca presentes? Mas é justamente essa desconexão momentânea que pode levar a decisões impulsivas e, no início de janeiro, ao peso de contas que superam a capacidade de pagamento.
É claro que todos merecem celebrar, mas talvez seja hora de repensar o consumo desenfreado e equilibrar os gastos com a realidade do orçamento.
Não se trata de ser um “estraga-prazeres”, mas de evitar que o brilho das festas seja ofuscado pela sombra das dívidas no ano que se aproxima.
O fim de ano é um momento de renovação, e isso também pode incluir uma mudança de hábitos financeiros. Afinal, o melhor presente que podemos dar a nós mesmos é começar o próximo ano com mais equilíbrio – tanto emocional quanto financeiro.