A violência doméstica é um fenômeno complexo, enraizado em aspectos culturais de uma sociedade machista e patriarcal.
Segundo um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU), 85 mil mulheres e meninas foram assassinadas no mundo em 2023. Alarmantemente, 60% desses crimes foram cometidos por parceiros ou familiares, o que confirma uma triste realidade: o lar, muitas vezes, é o lugar mais perigoso para elas.
A violência doméstica é um fenômeno complexo, enraizado em aspectos culturais de uma sociedade machista e patriarcal. Os motivos que levam à perpetuação dessa violência são variados e interligados, envolvendo questões como desigualdade de gênero, dependência emocional e econômica, além de dinâmicas de poder. No entanto, entre tantas causas, uma estratégia de enfrentamento merece atenção especial: a educação financeira.
Ainda é comum que muitas mulheres sejam socializadas para acreditar que, ao entrarem em um relacionamento, podem abrir mão de sua individualidade e autonomia, incluindo a financeira. Porém, a vida nem sempre segue o roteiro idealizado. Rompimentos, crises ou situações de abuso podem transformar o que deveria ser um porto seguro em um campo de batalha emocional e físico. Nesse contexto, a falta de recursos financeiros torna-se um obstáculo significativo para que essas mulheres consigam romper com ciclos de violência.
A independência financeira não é apenas um recurso prático para as mulheres em situações extremas, mas também uma ferramenta poderosa de empoderamento. Quando as mulheres possuem controle sobre suas finanças, elas ganham mais do que dinheiro: conquistam liberdade, segurança e a capacidade de tomar decisões com maior autonomia.
Investir na educação financeira feminina é, portanto, uma questão urgente. Isso inclui desde o incentivo à formação profissional e à busca por renda própria até o aprendizado sobre planejamento financeiro, poupança e investimentos. A mensagem é clara: mesmo em uma relação amorosa, é essencial que a mulher preserve sua independência financeira.
A luta contra a violência de gênero exige múltiplas frentes de combate, incluindo mudanças culturais profundas e políticas públicas eficazes. No entanto, ensinar e incentivar as mulheres a gerir suas finanças é uma estratégia prática e de impacto duradouro. Afinal, em uma sociedade onde elas têm mais autonomia financeira, o ciclo de dependência e violência pode, enfim, ser quebrado.