O calor parece ter vindo para ficar. Não falamos do calor habitual do verão, mas sim das alterações climáticas que são cada vez mais evidentes no nosso planeta.
No futuro, Portugal, pela sua localização à beira-mar, poderá ser um dos países mais afetados com fenómenos climáticos extremos, decorrentes das alterações no clima do planeta.
É importante aprender a lidar, desde já, com os problemas que o calor pode trazer para o nosso bem-estar. Uma das medidas que mais ajuda é mantermo-nos hidratados.
Regulação da temperatura corporal
A temperatura corporal é mantida dentro de um intervalo relativamente estreito (35-39ºC). A principal fonte de elevação da temperatura é o próprio calor interno do corpo, que é resultante da nossa atividade metabólica.
A troca de calor com o meio ambiente é efetuada através de fenómenos de irradiação, convecção e evaporação pelo suor. Os processos metabólicos e comportamentais que levam à regulação da temperatura corporal são controlados por uma zona do cérebro, o hipotálamo, que promove alterações no organismo que tendem a conservar ou a perder calor. Perder calor é muito mais difícil quando a temperatura ambiente é superior à temperatura corporal.
Que consequências podem surgir do calor excessivo?
O calor intenso favorece a desidratação do organismo, o agravamento de doenças crónicas (principalmente do foro cardíaco e respiratório) e o aparecimento de situações muito graves e de elevada mortalidade, como o golpe de calor, em que o corpo perde toda a capacidade de regular a temperatura. O golpe de calor caracteriza-se por:
Temperatura corporal alta
Pele vermelha, quente e seca, sem produção de suor
Pulso rápido e forte
Cefaleias
Tonturas
Náuseas
Confusão mental com perda parcial ou total da consciência
Quais são os grupos de maior risco?
Certas populações carecem de atenção especial em alturas de maior calor, nomeadamente:
Crianças
Idosos
Grávidas
Pessoas com doenças crónicas
Acamados
Obesos
Pessoas que tomam alguns medicamentos (como anti-hipertensores, anti-arrítmicos, diuréticos, anti-depressivos, neurolépticos)
A melhor arma contra o calor é a hidratação
Devem ser usadas roupas leves, de fibras naturais, de cor clara e chapéus com abas largas e óculos escuros. Roupas apertadas e ausência de circulação de ar dificultam a evaporação do suor da pele (que baixa a temperatura da mesma). Locais húmidos também dificultam a eficácia do suor.
É de evitar a exposição ao sol nas horas de maior calor, procurando zonas frescas ou climatizadas.
A ingestão abundante de líquidos é uma das principais formas de prevenir os efeitos adversos do calor. Não só ajudam a baixar a temperatura corporal, como são essenciais para repor a perda natural de líquidos que ocorre com o suor, que pode ser bastante elevada com temperaturas altas, mesmo sem nos apercebermos. A água é a melhor bebida! Se não houver contraindicações, deve beber pelo menos 1,5L por dia. Deve evitar bebidas gaseificadas ou açucaradas.
Principalmente nos idosos, as refeições devem ser ricas em água e sais minerais (frutas, legumes, sopa, pão) e fracionadas ao longo do dia.
A que sinais devemos estar atentos para identificar casos de desidratação?
É importante reconhecer precocemente fenómenos de desidratação em populações que não podem beber água autonomamente, como crianças pequenas e idosos com doenças neurológicas, por exemplo. A água bebida deve ser quantificada.
Sinais precoces de desidratação
Alterações do comportamento, como irritabilidade ou prostração
Sinais tardios de desidratação
Boca seca
Olhos encovados
Pele baça e sem elasticidade (fica uma prega que demora a desfazer se agarrarmos a mesma)
Fonte: Cuf