A expressão “Independência ou morte”, proferida por Dom Pedro I em 1822, simbolizava a ruptura com o domínio colonial e a busca por liberdade política.
Nessa semana, comemoramos o dia da independência do Brasil, com desfiles e apresentações das mais várias e em todas as partes do país, mas é necessário uma análise mais profunda da expressão que sempre permeia essa data comemorativa.
A expressão “Independência ou morte”, proferida por Dom Pedro I em 1822, simbolizava a ruptura com o domínio colonial e a busca por liberdade política.
No contexto atual do Brasil, a análise dessa expressão pode revelar como o desejo de libertação e autonomia continua presente, mas em uma forma diferente e mais complexa, vinculada às demandas sociais e econômicas da população.
A independência original representava a libertação de uma nação em relação ao controle estrangeiro. Hoje, para muitos brasileiros, o conceito de independência está ligado à capacidade de sustentar suas famílias e viver com dignidade em meio a desafios econômicos. Com a alta carga tributária, essa independência é sufocada. Os tributos afetam diretamente o custo de vida e o poder de compra das pessoas, impondo dificuldades financeiras, especialmente para as classes mais baixas. Assim, o grito atual poderia ser de uma independência econômica e social que ainda não foi alcançada.
Na conjuntura contemporânea, a “morte” pode ser vista como a asfixia econômica, a perda de qualidade de vida e de oportunidades que resultam da ausência de políticas públicas eficazes. Para muitos brasileiros, a falta de acesso a serviços básicos, como saúde, educação e segurança, significa uma espécie de “morte social”, onde as possibilidades de progresso são limitadas ou inexistentes.
A ausência de políticas públicas eficazes e a má gestão de recursos acentuam a sensação de dependência, não de um país estrangeiro, mas do próprio sistema governamental. Enquanto no passado se lutava contra uma potência colonizadora, hoje os desafios vêm da própria administração pública, que muitas vezes não responde às necessidades da população. A falta de políticas públicas que garantam o bem-estar social cria uma sensação de aprisionamento, anulando a ideia de liberdade que a independência deveria trazer.
Ao invés de os impostos servirem para melhorar a infraestrutura, a educação e os serviços públicos, muitas vezes são vistos como um fardo que limita a prosperidade. Esse cenário cria uma dicotomia entre a “independência” esperada e a “morte” financeira e social enfrentada no dia a dia. Para alguns, a sobrevivência já é um ato de resistência contra as dificuldades impostas pelo sistema tributário.
Analisar a expressão “Independência ou morte” na atual situação brasileira nos faz perceber que, embora a independência política tenha sido alcançada, a independência econômica e social ainda é uma luta para muitos. A alta carga tributária e a falta de políticas públicas efetivas colocam a população em uma situação de constante opressão, transformando o antigo grito de liberdade em uma nova batalha por sobrevivência e dignidade. O contexto atual reconfigura a dicotomia entre independência e morte, mostrando que as barreiras à liberdade ainda existem, mas de uma forma diferente.