Se perguntarmos para a maioria das pessoas sobre dinheiro, há uma grande possibilidade de que elas simplesmente desconversem, ou até mesmo parem de falar com você.
Não é atoa que pesquisas do SPC Brasil apontem que cerca de 30% dos brasileiros não sabem quanto seus parceiros ganham e que apenas 31% das famílias conversam abertamente sobre o orçamento de casa.
Falar sobre finanças ainda é um tabu para muitas pessoas e as razões são as mais diversas. Muitos apontam essa objeção como uma questão de segurança, enquanto outros dizem ter medo de chamar a atenção de oportunistas, assim como o negativismo associado ao dinheiro.
Podemos citar ainda a nossa cultura e hábitos sociais que colocam a situação financeira como algo muito pessoal para ser compartilhado. Mas o principal aspecto a ser considerado como impedimento para que as pessoas se abram quando o assunto é dinheiro é a falta de conhecimento, gerando diversos problemas, sendo o mais grave deles o endividamento. Por isso a importância de conhecermos o papel do Educador Financeiro.
A Educação Financeira e o profissional dessa área surgem de uma necessidade de acompanhar as constantes mudanças que têm ocorrido nas diferentes áreas da sociedade, como tecnologia, informação e relacionamentos, e têm influenciado como as pessoas enxergam o dinheiro. O modelo de “educação financeira” até então adotado por nossos pais e avós consistia basicamente em gastar menos do que ganha e fazer uma poupança. Ter dinheiro guardado (embaixo do colchão) para garantir um imprevisto era suficiente para tranquilizar o provedor da família.
Entretanto, não dá mais para confiar em apenas um, ao ter acesso à informação e aos mais variados tipos de investimento.
Nas duas últimas décadas, muito influenciado por teorias oriundas dos Estados Unidos, como as do Livro Pai Rico, Pai Pobre, de Robert Kiyosaki e Sharon L. Lechter, o Brasil tem passado por diversas transformações. O surgimento do Novo Mercado na Bolsa de Valores (B3) e as empresas de tecnologias e finanças, as chamadas FINTECHS, como bancos digitais, corretoras de valores, as diversas formas de pagamento e empréstimos por meio eletrônico trouxeram enorme facilidade, principalmente de crédito aos brasileiros.
Contudo, o acesso fácil ao crédito, aliado à falta de educação financeira, é o que tem levado grande parcela da população ao endividamento.
Por isso a importância do papel do educador financeiro para levar conhecimento sobre finanças a essas pessoas. O conhecimento te traz poder, enquanto conhecimento sobre educação financeira proporciona poder de escolha, visto que não se trata apenas de números e planilhas, mas de escolhas e comportamentos.
O papel do educador financeiro é levar educação financeira de qualidade focada na pessoa, afinal, não se pode viver apenas para pagar contas.
Afonso Ferreira de Almeida é policial militar graduado e pós-graduado em Direito;
Atualmente cursa formação e pós-graduação em Educação Financeira pelo Instituto Soaper