As tranças de cultura africana, carregam uma bagagem ancestral muito forte, já foram utilizadas como ferramenta de sobrevivência durante o período da escravidão, e hoje em dia ainda continuam trazendo o significado de sobrevivência, mas como forma economia para muitas pessoas negras. Esse tipo de penteado, além dos significados que carregam consigo, para as mulheres negras são forma de proteção e aceitação diante o impacto direto com o racismo estrutural presente na sociedade, interferindo na sua autoestima, segurança e identidade.
As tranças acabam tento um papel muito importante na resistência negra contra a escravidão. Muitas vezes o cabelo era trançado como um mapa com caminhos para os quilombos, assim como sementes para serem plantadas eram tranças junto do cabelo para serem levadas aos quilombos. Dessa forma, a trança acaba tendo um papel importante tanto para a resistência e sobrevivência das nossas negritudes, quanto da nossa gente.
Com a chegada dos africanos de forma forçada ao Brasil eles trazem consigo tradições e costumes de suas terras, o historiador Marcelo Studinski relata que:
“Os africanos então, trazem tradição dos seus territórios das localidades em África, seja no atual Benim, do atual Nigéria, do atual Angola, Moçambique ou Guiné- Bissau que são de onde vieram e partiram essas etnias, que foram transmigrados.”
Os costumes foram sendo passados de geração em geração, as tranças em sua terra de origem tinham diversos significados como: posição social, status, etnia e crença. De diversas localidades da África, hoje são herança de uma cultura que resistiu para sobreviver.