Prestes a São Silvestre 2023, o Brasil já se prepara para as emoções ao ver a tradicional Corrida de São Silvestre no dia 31 de dezembro.
No ano passado, o corredor Fabio de Jesus obteve o quarto lugar na classificação geral da corrida, sendo o primeiro brasileiro a chegar à competição. Uma história impactou a sociedade, foi ao descobrirem que ele trabalhava como coletor de lixo todos os dias e ainda treinavam durante as folgas.
Na quinta-feira, dia 28 de dezembro, foi divulgada no Uol uma entrevista de Fabio de Jesus ao colunista Demétrio Vecchioli, do Espaço Olhar Olímpico, onde o atleta conta uma história emocionante, mas de superação, que dormia nas valas e comia terra para não passar fome.
“Eu dormia nas valas, comia terra. Minha barriga era assim, bem grandona, cheia de verme”, conta, enquanto mostra com a mão o tamanho da antiga barriga, muito sobressalente à atual, de atleta. Foram anos tomando Benzocreol, um medicamento veterinário, para matar os vermes”
Ele também conta na entrevista que, quando ia para a escola, sua mãe, conhecida como “Futuca”, bebia muito para não passar fome, mas não dava para ele beber.
Foram anos de “muita fome”, até ser adotado por , um casal que não tinha posses, mas havia comida à mesa.
“Eu ia para a escola e levava minhas coisas na sacolinha. Me davam caderno, lápis, coisas simples, que eu não tinha. Também não tinha dinheiro para comprar comida na escola, ou na rua. Tinha vontade de comer, mas não tinha dinheiro”
Fabio de Jesus foi pai aos 16 anos. Ele ainda era adolescente quando deixou a escola para cuidar da família.
“Não queria que acontecesse com ele o que aconteceu comigo, ser criado pelos outros, passar necessidades”
Diz Fábio.
Fabio, em busca de progresso, conseguiu através de um amigo um emprego em São Paulo como coletor de lixo. O maior desafio foi deixar sua mãe.
“Deus me deu força para conseguir vir. Minha mãe estava bastante doente, em cima da cama, e na hora de me despedir foi triste. Eu sabia que vinha e não veria mais ela. E dito e feito: ela morreu antes de eu conseguir voltar”, lembra Fábio, que morou na casa de Ivanildo e demorou a começar a treinar. “Minha preocupação era só trabalho, não pensava em ser atleta. Queria conquistar com trabalho o que eu não tinha na Bahia”
Fabio vivia em São Paulo como coletor na zona leste da cidade e treinava no Morumbi em um projeto social chamado Kiatleta do São Paulo Futebol Clube. Aos 23 anos, ele foi vice-campeão brasileiro sub 23 nos 10.000 m em 2020 e campeão sul-americano na mesma categoria no ano seguinte, no Equador. Também faturou um segundo e um quarto lugar no Pan Júnior, na Colômbia.
Em 2012, Fábio ainda trabalhava como coletor de lixo e foi o quarto colocado na São Silvestre e o melhor brasileiro, com 46 minutos e 13 segundos.
Fabio de Jesus estará entre os melhores representantes do Brasil em 2023 e, amanhã (31/12), fará um show na Avenida Brigadeiro, durante a 98ª Corrida de São Silvestre.
E aí? O que você acharam dessa linda história de superação? Ele conseguiu, surpreendentemente, sair do buraco e subir em um dos pódios mais importantes do Brasil. Fabio é digno ou não do nosso respeito e admiração?